ODÙDÚWÀ
I
(A grande Mãe da criação )
Para o mito da criação da Terra, esta é a versão que é mais conhecida e aceita entres os Àworò (sacerdotes ):
"...Quando Òrìsà-Nlá pegou suas instruções de Olódùmarè, ele passou por Èsù, que lhe perguntou se havia feito as oferendas necessárias para a realização do trabalho, Òrìsà-Nlá não lhe deu importância. Em razão disso, durante a sua caminhada, ele ficou bastante sedento e bebeu abundantemente Emú. Por isso ficou sem forças e sem condições de prosseguir para executar a sua tarefa caindo em sono profundo. Olódùmarè enviou Odùdúwà para verificar o que estava acontecendo. Ao ver Òrìsà-Nlá adormecido com o saco da criação, foi comunicar o ocorrido a Olódùmarè, que, diante do fato, determinou que ele, Odùdúwà, fosse criar o àiyé (Terra).
Ao acordar e perceber o que havia acontecido, Òrìsà-Nlá , foi até Olódùmarè reivindicar dos seus direitos, o que lhe foi negado. A partir daí ficou proibido de beber Emú e de usar o azeite–de–dendê ( epo-pupa - símbolo do Èjè-pupa (Sangue vermelho) que é variante do Èjè-Dúdú (sangue preto), que é o simbolo das divindades criadas, geradas por Odùdúwà). Porém, foi–lhe dada a tarefa de modelar o barro para a criação do ser humano. Odùdúwà e Òrìsà-Nlá se encontraram e ambos nutriam uma rivalidade e estavam a ponto de guerrearem e foi necessária a intervenção de Òrúnmìlà para trazer a paz entre ambos
Entre aqueles que formavam a comitiva de Odùdúwà estavam os Àwon Agbàgbà (Os antigos): Òrúnmilà (Agbòniregun ou Setilu), Oluorogbo, Obamèri, Orèlúèrè, Obasin (Èsù), Obàgèdè, Ògún Aláagada, Obamakin, Oba winni Ajé, Èrìsilè, Elésije Olóse, Alájo, Isidálè, Olókun e Òrìsàteko (Lejúgbè)..."
II
ITAN TI ODÙDÚWÀ
Lámúrúdù, um dos reis de Meca, tinha como filhos Odùdúwà e os reis de Gogobiri e de Kukawa, duas tribos da região Hausa. Odùdúwà era o príncipe herdeiro, o que se mantinha com a idéia de modificar os costumes religiosos, introduzindo na grande mesquita formas de ídolos criados por Asara, o seu sacerdote e fazedor de imagens. Asara tinha um filho chamado Braima, que fora educado como adepto do maometismo e contrário às ideias do pai. Pela influência de Odùdúwà, um mandato real foi expedito ordenando que todos os homens fossem caçar durante três dias, antes da comemoração anual das festividades levadas a efeito em honra daqueles deuses.
Aproveitando-se da ausência de todos os homens Braima invade a mesquita e destrói todas as imagens. No retorno de Odùdúwà foi constatada a ocorrência e uma investigação foi feita. Braima começou a provocar Odùdúwà, dizendo: "Perguntem ao grande ídolo quem fez isso? Ele sabe falar? Por que vocês adoram coisas que não sabem falar?" Imediatamente foi dada a ordem para ele ser queimado vivo pela afronta cometida. Lenha e panelas de azeite foram trazidas. Isso foi o sinal para o início de uma guerra civil. Cada uma das partes era possuidora de muitos adeptos, mas os maometanos levaram vantagem. O rei Lámúrúdù foi assassinado, e todos os seus filhos e seguidores próximos foram expulsos da cidade. Os reis de Gogobiri e de Kukawa seguiram para o Oeste e Odùdúwà tomou o caminho do Leste, viajando por 90 dias, atravessando a região do Egipto e seguindo para o Sul, próximo ao local onde viria a ser fundada a cidade de Ilé Ifè. Odùdúwà e seus filhos juraram ódio mortal e vingança pela morte do pai. Tempos depois, a tentativa de vingança será comandada por Òrànmíyàn de forma infrutífera, mas com a vantagem de, durante essa expedição, ser fundada a cidade de Òyó, que viria a fazer frente em prestígio à cidade de Ilé Ifè. Quando Odùdúwà saiu da Arábia, levou consigo duas imagens de divindades. O rei que assumiu o poder resolveu enviar um exército para destruir Odùdúwà e submeter os demais à escravidão. Foram, porém, vencidos, e dentre a pilhagem assegurada pelos vitoriosos havia uma cópia do Korão. Mais tarde isso foi guardião num templo, venerado e cultuado como relíquia sagrada pelas gerações seguintes, com o nome de ìdí, significando fundamento ou algo sagrado. Entre aqueles que formavam a comitiva de Odùdúwà estavam: Òrúnmilà, Oluorogbo, Obamèri, Orèlúére, Obasin, Obàgèdè, Ògún Alágada, Obamakin, Oba winni Ajé, Èrìsilè, Elésije Olóse, Alájo. Esidálè, Olókun e Òrìsàteko.
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