Lendas de IBEJI

I

Iansã e Xangô tiveram dois filhos gémeos. Só que, quando eles ainda eram pequenos, houve uma epidemia que matou muitas crianças do povo, e um dos gémeos morreu. Os pais ficaram desesperados e Iansã, como é amiga dos Eguns, resolveu pedir sua ajuda. Esculpiu um boneco de madeira igual ao filho que havia morrido, vestiu-o e enfeitou-o como se fosse para uma festa e colocou-o no lugar de honra da casa. Todos os dias ela colocava uma oferenda aos pés da imagem e conversava com ela como se fosse seu filho vivo. Comovidos com seu amor pela criança, os Orixás fizeram a estátua viver e Iansã voltou a ter seus dois filhos.

II

Filho de Oxum e Oxossi, Ibeji nasceu com um incomensurável poder. Devido à tamanha força da criança, com poucos tempos de vida teve que se recolher para o Orum, para que seu poder não pudesse comprometer o andamento da Terra.

Mesmo do Orun pôde influenciar na vida terrena através de sua influência sobre as matérias, sempre fazendo brincadeiras, dando vazão ao seu modo de ser inconsequente e imaturo, de onde concluiu que as crianças, por serem inocentes como ele, são o estágio mais evoluído do ser.

Protector das crianças e de todos aqueles que as divertem.

III

Um dos mitos diz que os orixás crianças, os gémeos Ibejis, eram companheiros de brincadeira de Logun-Edé e de Ewá, sendo filhos de Iemanjá. Um dia, enquanto brincavam numa cachoeira, um deles acabou se afogando. O Ibeji que ficou, começou então a se tornar a cada dia menos forte, mais melancólico e sem interesse pela vida. Foi então a Orunmilá e suplicou que este lhe trouxesse seu irmão de volta. Não podendo fazer tal coisa, Orunmilá transformou a ambos em imagens de madeira, e os deu de presente a Oxum, para que deles cuidasse e para que pudessem ficar juntos para sempre.